Arquétipos II
7.11 - RETOMANDO O VIÉS "PENSAMENTO / SENTIMENTO"
As mentes PENSAMENTAIS – que se comunicam movidas pela energia do PENSAR – têm a fala cuidadosa, porque pensam para falar. As SENTIMENTAIS, ao contrário, - que se comunicam movidas pela energia do SENTIR – têm a fala descuidada, porque sentem para falar. As conseqüências são óbvias: as primeiras preferem falar sem sentir, as segundas sem pensar ...
Evidente que essas afirmativas são válidas quando os envolvidos estão entregues aos seus instintos - FELINO(J) ou CANINO(C) -, o que geralmente acontece na comunicação informal, familiar, na qual o intelecto não exerce com eficiência o seu controle. Nessas ocasiões, as CANINAS adoram falar sem pensar e as FELINAS sem sentir. Na comunicação formal, porém, como por exemplo, na profissional, a ação do intelecto tende a camuflar as respectivas libidos.
As vivências a seguir ilustram este parágrafo ...
7.12 - RELEMBRANDO O PASSADO
Imagine que de dois em dois anos a sua turma da escola se reúne para recordar os bons tempos. A maioria das colegas, inclusive você, nascidas em 58, e portanto, 'cachorrinhas'...
No início do encontro até que vocês se comunicam pelo pensamento. Há uma certa reverência no ar. As perguntas são elaboradas com cuidado, pensadas, cada frase no seu lugar. Mas à medida que os minutos passam estes requintes perdem a vez. O sentimento entra nas conversas, vai tomando conta do ambiente. E o que acontece? Como os corpos e mentes CANINOS se posicionam "mais para falar do que para ouvir", aos poucos as palavras perdem significado e as articulações que ligam uma frase à outra se soltam. Em decorrência os assuntos são ora aumentados, ora diminuídos, alguns repetidos e até confundidos. Pois é justamente este desordenamento, este rebaixamento da palavra, da frase, do discurso, isto é, do PENSAMENTO, que deixa os corpos 'caninos"felizes da vida!
Observe-se,internauta. A festa se anima, os conteúdos verbais perdem a prioridade. O importante é sentir, rir, tocar, ah como é gostoso falar sem pensar!
7.13 - SAUDADES DA FACULDADE!
Apesar de ter trocado a advocacia pelo alpinismo, o seu atual marido - o Otávio - não esqueceu as amizades feitas na faculdade de Direito. Uma vez por ano ele também encontra os amigos, a maioria de 5l, FELINOS como ele.
No começo da reunião até que os sentimentos afloram. Em meio aos ternos e gravatas, os apertos de mão são fortes. Mais parecem 'caninos', tamanha a exteriorização. Mas é só no início. Em minutos, os sentimentos voltam ao lugar de origem – são como que guardados numa caixinha – (fortes mas sob controle) e a energia do PENSAR mostra sua graça. As frases, até então ditas de forma descuidada, passam a ser escolhidas a dedo. As palavras, emitidas com significado e ritmo, revelam presença de espírito.
Para os signos FELINOS, nada se compara em prazer ao nascimento de uma idéia, ao vê-la despontar límpida e cristalina em meio a uma conversa. Ora, isso só é possível quando o sentimento se retira, porque ele antecipa, totaliza. A beleza do PENSAMENTO está na surpresa ! É algo que se capta aos poucos, frase após frase e tem mais, elas podem ser articuladas de várias maneiras e nisso está a diversão do PENSAR. Não se chega a um fim, o que é diferente do SENTIMENTO, que já vem pronto, inteiro.
Outro importante aspecto que diferencia as personalidades JULGADORA e CONDUTORA é o relatado a seguir ...
7.14 - O VALOR DA PALAVRA
Nas mentes da fala PENSADA - dos que pensam para falar (de galos, cabras, cavalos, gatos, tigres e porcos) - a palavra tem valor absoluto e nas mentes da fala SENTIDA - dos que sentem para falar (de lagartos, bois, ratos, cachorros, macacos e serpentes) valor relativo.
Amiga- internauta, identifique estes aspectos em seus dois filhos ...
7.15 - ESTOU AMANDO DE PAIXÃO!
O seu menino do signo do MACACO(parente sensorial do CACHORRO) chegou da balada em alfa e você o questiona: como é, deu tudo certo com a garota?
Para as mentes CANINAS as palavras são pequenas, afinal é o SENTIR e não o PENSAR que impulsiona a fala. Ele começa dizendo "mamãe, ... estou amando!", mas não contente conserta "amar é pouco, estou amando de paixão!" e pensando melhor completa "amar de paixão ainda é pouco, estou adorando a Vera !".
O sentimento pressiona as palavras, as torna relativas e portanto mutáveis, substituíveis. Ao afirmar o quanto gosta da namorada o seu menino desliza por elas, numa vã tentativa de ajustá-las ao que sente .
Já para o filho GALO, igualmente com o coração ocupado, as coisas são diferentes. O sentimento guardado não pressiona a palavra. Quando ele diz 'gosto da Dora", não precisa dizer mais nada ! Na expressão g-o-s-t-a-r dita por um 'felino' está embutida a mesma quantidade de energia que nas expressões 'amar, amar de paixão, adorar' utilizadas por um 'canino'.
- gosto da Dora ! -
Essas diferenças entre as duas mentes, se refletem nos modos como elas manipulam as palavras ...
7.16 - A MANIPULAÇÃO DAS PALAVRAS
As pessoas da família do GATO (as JULGADORAS) consideram que as palavras, após ditas, transformam-se em coisas, têm forma, direito à existência. Enquanto manipuladas no interior da mente, podem ser desconsideradas, substituídas (a escolha das palavras é justamente uma das etapas do pensar). A partir, no entanto, do instante em que são emitidas, não devem mais ser trocadas, tornam-se definitivas, o que explica o cuidado dos signos FELINOS ao se exteriorizarem verbalmente.
A mente CANINA atua no sentido inverso: pressionada pelo sentimento tende a superficializar a escolha da palavra. É por isso, leitora-internauta, que ao qualificar algo a sua mente - se canina - tende a desfiar um, dois ou mais adjetivos, o que indica que ela não os escolhe com a mesma atenção e presteza da mente oposta. Sob este aspecto os caninos são prolixos. Usam mais palavras que os felinos para dizerem a mesma coisa.
Enquanto o lema FELINO (JULGADOR) é "a palavra dita(ou ouvida) jamais é esquecida", ... o CANINO (CONDUTOR),"a palavra dita (ou ouvida) ontem, pode muito bem ser esquecida hoje".
7.17 - UMA CONCLUSÃO RELEVANTE!
Para os FELINOS, o fundamento da relação interpessoal está na PALAVRA. O seu companheiro pode ser um sonho de beleza e masculinidade, mas se ao falar ele trata as palavras com desprezo ou as ouve do mesmo jeito, não há amor que compense!
Do exposto, aí vai um conselho para as esposas da família do CACHORRO casadas com 'GATOS': tomem cuidado com o que falam ! Como a tendência de vocês é 'primeiro falar para depois pensar', dá para terem uma idéia dos estragos que têm provocado ! Não é sem motivo que vez ou outra os seus maridos amanhecem amuados. A causa dos melindres ? Provavelmente uma frase dita por vocês – ontem, anteontem ou mesmo há um mês – ainda não digerida por eles!
7.18 - 'DOIS PESOS, DUAS MEDIDAS'
Desde que na mente tipo CANINA as palavras têm valor relativo, expressões verbais ofensivas ditas por pessoas destes signos têm peso menor do que se emitidas por FELINOS. Se o filho MACACO diz algo que a ofende, não dê tanta importância ao fato. Amanhã ele poderá rever o que disse. Mas se ofensa igual foi feita pelo GALO, é bom se preocupar!
Raciocínio igual se aplica aos casais. Nas brigas conjugais envolvendo bate-boca, se ambos GATOS, elas têm chance de serem definitivas (uma palavra ou frase mal colocada pode ser a gota d'água!), mas se parentes do CACHORRO, têm boas chances de terminar em pizza! O exemplo abaixo confirma ...
7.19 - OS CANINOS DO 32 !
Quem mora em apartamento, mesmo que não queira, sabe da vida alheia. Vide o casal do título ... Semana vai, semana vem, é aquela expansão de sentimentos. Sobram palavras e palavrões. Na manhã seguinte os vizinhos torcem para que um dos dois faça as malas. Em vão! Eles dormem tranquilos, como se nada tivesse ocorrido! A impressão que se tem é que uma fada-madrinha com a sua vassoura mágica recolheu todas as frases ditas e as incinerou no fogão! É impressionante a condescendência verbal dos CANINOS. Para os parentes do GATO (os JUIZES), atrelados à palavra, prisioneiros das coisas ditas e ouvidas, a postura do casal do 32 é uma lição de vida !.
Concluindo: as pessoas de mente FELINA valorizam demais as palavras e as CANINAS de menos. As duas atitudes conduzem a sofrimentos na relação interpessoal. Quem tiver filhos da família do GATO, ensine-os desde a adolescência a não valorizarem em excesso as palavras e os da família do CACHORRO a darem mais valor a elas.
